Faz um tempo razoável que não falo de música aqui. No meio de tanta revolta política e religiosa, pensamento profundos sobre o cotidiano fútil ou leituras simplistas da complexidadesenti vontade de divulgar sem propósito. Geralmente uso outras mídias pra fazer isso, dessa vez, isso fala para mim e por mim. É o tipo de coisa que eu gosto de ouvir, que eu diria aqui, e que eu diria a algumas pessoas.
A voz dessa mulher mexe muito comigo. Desde os tempos do Everything but the Girl, que também é uma delícia. E isso fica aí como prova de que “louge music” não é necessariamente música de elevador.
Como é de costume, minha livre tradução da letra:
Garoto, acho que você chegou ao lar
Abra a porta e entre
Tantas pessoas se sentem como você
Seus sonhos mais doces têm sido negadosTranque o passado numa caixa e jogue fora a chave
E deixe pra trás os dias de noites intermináveis
Todos estão esperando, todos estão aqui
Saida da floresta e venha para a luzTodos te amam aqui
Garoto, você andou por estradas erradas
Agindo como outra pessoa
Quem disse que você não era como tinha de ser?
E te fez cumprir deveres alheios?Este é o lugar pra você só olhar para esta sala
Alguém aqui é feito de pedra?
Caído entre os hereges, os perdedores e os santos
Você aqui está entre os seusVocê está em casa
Olhe esse buraco dentro do seu coração
Ninguém poderá preencher
É como o Grand Canyon
Olhe essa conexão quebrada
Entre você e o mundo
É como o Grand CanyonMas todos te amam aqui
Você está em casa
Esse buraco que nada preenche. Se procuramos bem, o temos todos. É o buraco que fica quando abandonamos nossa condição de ser humano, enquanto espécie, e tentamos ser qualquer outra coisa “malparida” que não sabemos definir. E quando percebemos, até dói um pouco. Mas em grupos, ainda que seja um grupo de dois, aí sim fazemos sentido enquanto indivíduos.
Então fica aí pra todos os coleguinhas que se sentem à parte da realidade. Quando nos encontramos, estamos em casa. Quando estamos juntos, estamos em casa. E todos te amam aqui.